PF apreende documentos de negócio imobiliário entre Daniel Vorcaro e deputado Jonga Bacelar em investigação do Banco Master
Material encontrado em endereço ligado ao empresário levanta questionamentos sobre transações não concluídas com o parlamentar; autoridades ainda não identificaram irregularidades
Por: Redação
01/12/2025 • 11h29
A Polícia Federal apreendeu documentos em um endereço ligado ao empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, que mencionam o deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA). O material, segundo a investigação, está relacionado a um possível negócio imobiliário. Até o momento, os investigadores não identificaram indícios de irregularidades no conteúdo apreendido, mas o caso levanta questionamentos sobre o envolvimento de agentes políticos e empresários em transações de alto valor durante apurações financeiras.
A reportagem do Estadão, divulgada nesta segunda-feira (1º), afirma que Bacelar teria recebido documentos ligados à constituição de um fundo imobiliário voltado à construção de um empreendimento em Trancoso, distrito de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. Em entrevista, o deputado afirmou que o negócio não foi concluído.
“Ele me fez uma consulta sobre um imóvel em Porto Seguro, que não se concretizou. Quando o banco começou a entrar em dificuldade, ele pediu mais um tempo para poder exercer a opção. Foi feito um documento dando a opção de compra a Daniel Vorcaro”, declarou Bacelar.
Até o momento, a defesa de Vorcaro não se manifestou sobre a apreensão dos documentos, deixando lacunas sobre a extensão do envolvimento do empresário e o efeito que essas transações podem ter em meio à investigação sobre o Banco Master.
Especialistas ouvidos pelo site alertam que negócios desse tipo, mesmo que não se concretizem, podem levantar suspeitas de conflito de interesse, principalmente quando envolvem figuras públicas durante crises financeiras de grande magnitude. A situação reforça a necessidade de transparência e fiscalização sobre transações entre políticos e empresários, ainda mais em contextos de instabilidade econômica ou investigação criminal.
O caso segue sob análise da Polícia Federal, que deverá examinar o conteúdo dos documentos apreendidos e determinar se há indícios de irregularidades que justifiquem novas diligências ou medidas judiciais.

