Gasto público em foco: Bruno Reis e a polêmica viagem de classe executiva
O prefeito de Salvador embarcou discretamente de Brasília, mas sua passagem desperta comentários sobre urbanismo VIP e interesses privados
Por: Redação
03/12/2025 • 16h25 • Atualizado
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, protagonizou no último sábado (29) um daqueles momentos que só quem frequenta classe executiva presencia: a entrada silenciosa, quase tímida, de um gestor municipal que prefere passar despercebido, enquanto carrega uma mochila enorme com o logo da própria Prefeitura de Salvador. Discrição seletiva, digamos.
Bruno Reis foi o último a embarcar no voo da LATAM entre Brasília e Salvador, com um look esportivo cuidadosamente despretensioso, e sentou-se na janela sem acenar muito, como quem quer evitar perguntas ou talvez evitar assuntos. Afinal, estava voltando de mais um módulo de seu doutorado no IDP, instituição fundada pelo ministro Gilmar Mendes. Um detalhe, aliás, repetido com orgulho por sua assessoria e com sarcasmo por seus adversários.
Na chegada a Salvador, o prefeito deixou a aeronave com a velocidade de quem tenta cumprir todos os prazos da administração pública, um feito digno de tese. Ainda no finger, foi saudado por um funcionário da companhia aérea com um descontraído “E aí, Brunão!”, ao que respondeu com um microaceno. Nada que pudesse interromper seu sprint até o carro oficial.
Entre políticos, jornalistas e especialistas em bastidores, comenta-se que o prefeito poderia aproveitar o doutorado para escrever uma tese realmente inovadora: “Como entregar áreas paradisíacas para grandes interesses imobiliários sem bagunçar o cabelo em voos comerciais”.
Críticos sugerem, não sem ironia, que uma análise sobre a disputa pela Ilha do Frade cairia como uma luva. Afinal, a joia da Baía de Todos-os-Santos é constantemente lembrada como exemplo de “urbanismo VIP”, onde discussões sobre uso do solo encontram empresários influentes, como Carlos Suarez, e geram questionamentos públicos que sempre rendem boas manchetes. Nada oficialmente ilegal registrado, claro, mas material suficiente para um capítulo caprichado sobre “grilagem gourmet”.
Bruno Reis pretende concluir o doutorado em 2026, justo o ano em que deve mergulhar na campanha de ACM Neto ao governo da Bahia. Ou seja: mais aeroportos, mais voos, mais mochilas com logos institucionais. E, quem sabe, mais capítulos para essa tese imaginária sobre o fascinante encontro entre política e especulação imobiliária.
Se o prefeito continuará discreto como no voo ou se assumirá o protagonismo que a disputa exige, só o próximo embarque dirá. Até lá, seguimos observando de preferência do corredor, já que a classe executiva anda concorrida.

