A Justiça da Itália decidiu, nesta sexta-feira (1º), manter a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) presa no presídio de Rebibbia, em Roma, até que o processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro seja julgado. A decisão foi tomada após uma audiência preliminar no Tribunal de Apelação de Roma.

Zambelli foi presa na última terça-feira (29), após ter seu paradeiro denunciado às autoridades italianas pelo deputado Angelo Bonelli, do partido Aliança Verde. A deputada estava na lista de procurados da Interpol desde que deixou o Brasil no fim de maio.

A parlamentar bolsonarista foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão em regime inicialmente fechado, além da perda do mandato e da inelegibilidade, por invadir ilegalmente o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro de 2023. Ela chegou a forjar documentos, incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo relatos da defesa, Zambelli se entregou espontaneamente e cooperou com os policiais no momento da prisão. Ela estaria pintando e lavando o cabelo quando os agentes chegaram ao apartamento em Roma.

O pedido de extradição foi formalizado pelo governo brasileiro, e o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) acompanhe os trâmites legais junto às autoridades italianas. Moraes também assegurou, por meio de comunicado oficial, que a deputada não será submetida a maus-tratos, tortura ou condições degradantes no sistema prisional brasileiro, uma exigência prevista no tratado de extradição entre Brasil e Itália (Decreto 863/1993).

O próximo passo será a análise do caso pelo Ministério da Justiça italiano, que decidirá se autoriza o andamento do pedido. Caso aceite, o processo seguirá para a Corte de Apelação de Roma, onde poderá ser contestado por ambas as partes, o que pode prolongar a tramitação por meses ou até anos.

Enquanto isso, Zambelli segue presa em uma unidade feminina de segurança máxima nos arredores da capital italiana. Um novo pedido de soltura feito por sua defesa será analisado em meados de agosto.