Empresário é preso por liderar esquema de sonegação fiscal superior a R$ 14 milhões na Bahia
Operação Fogo Cruzado cumpriu mandados em cinco cidades e revelou uso de empresas fictícias, “laranjas” e indícios de lavagem de dinheiro
Por: Redação
02/12/2025 • 09h38
A Força-Tarefa de combate à sonegação fiscal da Bahia deflagrou, nesta terça-feira (2), a Operação Fogo Cruzado, que desarticulou um esquema de sonegação superior a R$ 14 milhões no setor de comércio varejista de armas e munições. A ação resultou na prisão temporária de um empresário apontado como líder do grupo criminoso, detido em Feira de Santana, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão em Salvador, Feira de Santana, Irecê, Jussara e Coração de Maria.
Segundo as investigações, o grupo vinha deixando de repassar aos cofres públicos valores de ICMS declarados, valendo-se de um conjunto de fraudes que se repetiam ao longo do tempo. Entre as práticas identificadas estão sucessões empresariais simuladas, interposição fictícia de sócios e criação de empresas fraudulentas em nome de “laranjas”, estratégia utilizada para ocultar o verdadeiro proprietário das operações e postergar indefinidamente o pagamento do imposto devido.
A apuração, conduzida pela Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip/Sefaz), pelo Ministério Público da Bahia e pelo Núcleo de Crimes Econômicos e Contra a Ordem Tributária (Necot/Draco) da Polícia Civil, também encontrou indícios de lavagem de dinheiro. Os investigadores apontam o comércio de joias como atividade paralela usada para movimentar valores ilícitos gerados pelo esquema.
A operação mobilizou uma grande estrutura, composta por sete promotores de Justiça, 14 delegados, 56 policiais do Necot/Draco, além de equipes do Fisco Estadual, do Ministério Público e da Companhia Independente de Policiamento Fazendário (Cipfaz).
A Força-Tarefa reforçou que tem intensificado o enfrentamento às fraudes tributárias, especialmente a prática de declarar o ICMS e não repassá-lo ao Estado. O prejuízo é significativo, já que o imposto é pago pelos consumidores durante as compras, mas não retorna aos cofres públicos quando há sonegação, comprometendo políticas públicas e serviços essenciais.
Formada pelo Gaesf/MPBA, Infip/Sefaz e Necot/Draco da Polícia Civil, a Força-Tarefa atua de maneira integrada no combate aos crimes econômicos e às irregularidades fiscais na Bahia.

