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Críticas de Lúcio Vieira Lima expõem fragilidade política de ACM Neto na corrida pelo governo da Bahia

Declaração do Presidente de honra do MDB nas redes sociais expõe tensões políticas e enfraquece discurso de força popular do ex-prefeito

Por: Redação

23/10/202515h36

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil/Valter Pontes/Secom

Nos bastidores da política baiana, uma disputa silenciosa, mas intensamente estratégica se desenha. ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e ex-líder do DEM, segue alimentando a especulação sobre sua candidatura ao governo da Bahia em 2026. Em recente declaração, Neto reafirmou sua intenção de disputar as eleições, mas, de forma curiosa, condicionou sua decisão à vontade do povo baiano. A frase, aparentemente modesta, revela muito mais do que um simples desejo de "democracia participativa", ela ecoa a insegurança de um nome que, apesar de consolidado, encontra desafios em manter sua popularidade.

ACM Neto, que liderou a capital baiana por dois mandatos, pode ter sido um nome forte nas últimas eleições, mas 2026 apresenta um cenário bem mais complicado. O ex-prefeito já não conta com a mesma unanimidade que marcou sua gestão, que, embora bem-sucedida em muitos aspectos, também ficou marcada por controvérsias, como a relação com o setor empresarial e a falta de projetos mais concretos para as periferias da cidade. Sua imagem de "político novo" já começa a ser questionada, especialmente por aqueles que o veem como parte de uma velha elite política que se perpetua no poder, agora sob o manto do União Brasil.

Ao se afirmar como candidato, Neto não apenas desafiou outros nomes da política baiana, mas também acirrou os ânimos com figuras como Lúcio Vieira Lima, presidente de honra do MDB, que ironizou o discurso de Neto. Lúcio, em uma provocação direta, comentou que o povo não poderia impedir a candidatura de Neto, mas teria todo o poder de impedir sua eleição. Essa declaração reflete uma crescente resistência ao nome do ex-prefeito, especialmente de grupos que não veem em Neto uma verdadeira renovação política, mas uma continuação da velha política do coronelismo baiano.

A crítica de Lúcio, que tem forte influência política na Bahia, joga luz sobre o real desafio de Neto: conquistar um eleitorado que, apesar de respeitar sua gestão, já não vê mais em sua figura a esperança de mudança prometida em 2012. E é aí que mora o dilema de ACM Neto. O ex-prefeito precisa, mais do que nunca, se desvencilhar da imagem de "velho político" e tentar construir uma narrativa de renovação genuína. Caso contrário, pode acabar refém de uma estratégia ultrapassada, que não se encaixa mais nas aspirações de um eleitorado cada vez mais exigente e ciente das armadilhas da política tradicional.

No entanto, a questão ainda persiste: será que ACM Neto consegue manter sua candidatura viável em 2026? A crítica popular, as movimentações de aliados e rivais, e as contradições do próprio discurso do ex-prefeito mostram que, para ele, o caminho até o Palácio de Ondina será muito mais tortuoso do que imagina. O povo baiano, como já sabemos, não costuma se deixar levar apenas por promessas de mudança, e está mais atento do que nunca às falácias de candidatos que, em nome da renovação, mantêm-se atados aos velhos esquemas de poder.

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