Menos de três meses. Esse foi o tempo que a ex-prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, levou para deixar o cargo de assessora especial de assuntos federativos na Secretaria de Relações Internacionais e assumir a Secretaria Executiva do Conselho da Federação um dos postos estratégicos na articulação política do Palácio do Planalto.

A nomeação, anunciada por Moema nas redes sociais nesta terça-feira (12), reacende o debate sobre os critérios utilizados pelo governo federal para a escolha de ocupantes de funções de alto escalão. Críticos apontam que, mais do que mérito técnico, o movimento reflete alianças políticas e a preservação de espaços para quadros ligados a grupos específicos dentro da base governista.

A nova função coloca a ex-prefeita em um papel central na articulação política da Presidência da República com governos estaduais, municipais e demais esferas de poder. Apesar disso, opositores destacam que Moema encerrou sua última gestão municipal sob críticas relacionadas a serviços públicos, obras inacabadas e disputas internas no cenário político baiano.

De acordo com a ex-prefeita, o trabalho incluirá contato direto com ministros do governo federal, como Gleisi Hoffmann, além de representantes de entidades municipalistas e governadores de todo o país, com foco no fortalecimento do diálogo federativo.

A ascensão meteórica da ex-prefeita simboliza uma prática recorrente na política brasileira: a distribuição de cargos estratégicos como forma de acomodar aliados, mesmo sem uma avaliação mais ampla sobre resultados concretos ou qualificação técnica para a nova função.

Enquanto o governo defende a nomeação como reconhecimento à experiência política de Moema, adversários enxergam nela um ato político mais voltado à manutenção de apoios do que à eficiência administrativa.