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Prefeitura de Salvador é acusada de negligência ambiental em expansão de aterro sanitário

Denúncias apontam que ampliação do Aterro Metropolitano Centro ameaça áreas de preservação e coloca em risco o meio ambiente e a saúde da população

Por: Redação

10/09/202512h28Atualizado

Foto: Alterada por Inteligência Artificial

A gestão do prefeito Bruno Reis em Salvador está novamente sob pressão, desta vez devido a graves irregularidades ambientais no Aterro Metropolitano Centro (AMC). A denúncia, formalizada pela Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma), aponta que a Prefeitura de Salvador, em parceria com a empresa Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos (Battre), estaria colocando em risco a preservação ambiental e a saúde pública ao expandir ilegalmente a área do aterro sanitário.

De acordo com a denúncia, a ampliação das células 8 e 9 do AMC avança sobre uma Área de Preservação Permanente (APP) de mais de 13 hectares, sem a devida autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e sem a realização de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que é exigido por lei para projetos com esse potencial de impacto. O parecer técnico do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) também já havia alertado sobre o risco de supressão de vegetação protegida, contaminação de cursos d'água e danos ao lençol freático.

A falta de transparência da gestão municipal, que prorroga contratos com empresas sem o devido processo de fiscalização e licenciamento ambiental, tem gerado sérias preocupações entre ambientalistas e cidadãos da capital baiana. A ampliação do aterro, que já está afetando o ecossistema local, inclui a destruição de um rio na região, que foi transformado em um depósito de resíduos. Para agravar ainda mais a situação, a Prefeitura de Salvador não cumpriu as normas da ABNT, que exigem uma distância mínima de 200 metros entre aterros e corpos hídricos, colocando em risco a qualidade da água consumida pela população e a biodiversidade da região.

A prorrogação do contrato com a Battre por mais 20 anos, sem um plano claro de mitigação dos impactos ambientais, não apenas coloca em risco a fauna e a flora da área, mas também expõe os moradores das comunidades vizinhas a um potencial aumento da poluição e contaminação. A falta de ação efetiva por parte da gestão de Bruno Reis diante das inúmeras denúncias e alertas de especialistas e organizações ambientais revela uma clara desconexão entre o discurso de sustentabilidade e a prática da administração pública.

O Ministério Público Federal (MPF) já foi acionado, com pedidos para que um inquérito civil seja aberto e que o contrato aditivo com a Battre seja suspenso. A esperança é que a pressão da sociedade e das entidades ambientais possa resultar em uma revisão urgente das decisões tomadas pela Prefeitura e em medidas que realmente protejam o meio ambiente e a saúde dos cidadãos.

A crise no Aterro Metropolitano Centro não é um caso isolado dentro da gestão de Bruno Reis. A falta de um planejamento ambiental robusto e de fiscalização de práticas que afetam diretamente o meio ambiente tem sido uma constante. A recente situação envolvendo o aterro é apenas um reflexo de uma administração que falha em cumprir com a legislação e em priorizar o bem-estar coletivo em favor de interesses privados.

Os moradores de Salvador, principalmente das áreas próximas ao aterro metropolitano, estão cada vez mais conscientes da ameaça que a gestão atual representa para o futuro da cidade. Mais do que nunca, é necessário um compromisso real com a sustentabilidade e com o respeito às normas ambientais, não como uma ação pontual, mas como parte de uma política pública contínua.

Se a Prefeitura de Salvador e a gestão de Bruno Reis não se comprometerem a reverter o quadro atual, a cidade poderá ver sérios danos irreparáveis ao meio ambiente e à saúde pública. Espera-se que o MPF atue com firmeza e que a população baiana, pressione as autoridades a tomar as atitudes necessárias para preservar o que ainda resta dos nossos recursos naturais.

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