Prefeitura de Ilhéus destina R$ 14 milhões para chaveiros, calendários e diários: Dinheiro público em itens questionáveis
Enquanto a cidade enfrenta desafios em áreas essenciais, gestão municipal investe milhões em materiais promocionais, causando controvérsia sobre a real prioridade do gasto público
Por: Redação
17/09/2025 • 17h33 • Atualizado
A Prefeitura de Ilhéus está gerando controvérsia ao anunciar que vai destinar R$ 14.123.190,00 para a compra de materiais gráficos e itens promocionais, como calendários, chaveiros e agendas. O pregão, aberto recentemente pela gestão municipal, prevê a contratação de uma empresa para fornecer 79 tipos de serviços gráficos e 34 itens de comunicação visual, com um contrato de um ano.
Entre os itens incluídos na lista, destacam-se 50 mil calendários, 12 mil chaveiros personalizados, 3 mil agendas de capa dura e 10 mil canecas plásticas. O valor total, superior a R$ 14 milhões, tem gerado questionamentos sobre a prioridade de tais aquisições em um momento de escassez de recursos públicos para áreas fundamentais, como saúde, educação e infraestrutura.
A escolha de destinar uma quantia tão significativa para itens que, à primeira vista, parecem ser voltados para propaganda e marketing tem gerado forte reação entre a população e especialistas em gestão pública. É um gasto excessivo em materiais promocionais quando a cidade enfrenta sérias dificuldades em áreas essenciais. Esse tipo de despesa não faz sentido, especialmente quando há outras prioridades urgentes, como investimentos em saúde, educação e saneamento básico.
A crítica é ainda mais contundente quando se considera o impacto dessas aquisições no orçamento da cidade. A prefeitura de Ilhéus já enfrenta desafios financeiros em diversas frentes, com aumento de custos e limitações em recursos para projetos mais estruturais. O dinheiro destinado a itens promocionais, muitas vezes utilizados em ações de marketing institucional, poderia ser investido de forma mais eficaz em áreas que afetam diretamente o bem-estar da população.
A justificativa para a aquisição dos materiais gráficos é, em grande parte, a necessidade de disseminar informações e fortalecer a comunicação com os cidadãos. No entanto, o volume de itens solicitados como 50 mil calendários e 12 mil chaveiros, levanta dúvidas sobre a real necessidade desses objetos, especialmente quando a cidade já enfrenta carências em setores fundamentais.
Para muitos, a compra de produtos como chaveiros personalizados e canecas plásticas parece um claro exemplo de desperdício de dinheiro público, em vez de um investimento estratégico. O questionamento é: até que ponto esse tipo de "presente" realmente contribui para a melhoria da qualidade de vida da população?
Enquanto a prefeitura investe milhões em itens promocionais, moradores de Ilhéus continuam a sofrer com problemas estruturais, como ruas mal-conservadas, falta de atendimento médico em postos de saúde e escolas públicas com infraestrutura precária.
A gestão de recursos públicos deve ser voltada para atender as necessidades mais urgentes da população, não para agradar um público-alvo restrito com objetos promocionais. A escolha por gastar uma quantia tão alta com materiais que pouco agregam ao bem-estar da comunidade está, sem dúvida, gerando mais questionamentos do que elogios.
Em tempos de crise fiscal e de crescente exigência por transparência na administração pública, o papel da fiscalização e do controle social se torna ainda mais relevante. A população de Ilhéus e os órgãos responsáveis pela fiscalização precisam questionar o uso dos recursos públicos e exigir uma gestão mais responsável e alinhada com as reais necessidades da cidade.