Bruno Reis pede autorização de parlamentares para contratar R$ 1,28 bilhão em novos empréstimos e acende alerta sobre endividamento de Salvador
Por: Redação
19/08/2025 • 09h41 • Atualizado
Mais uma vez, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), recorre ao velho caminho: pedir autorização à Câmara Municipal para contrair novos empréstimos. Desta vez, a conta é salgada R$ 1,28 bilhão, dividida entre um financiamento de R$ 500 milhões junto ao BNDES e outros US$ 140 milhões (cerca de R$ 784 milhões) vindos de um organismo financeiro internacional ainda indefinido.
O discurso é o de sempre: investir em infraestrutura, urbanização e mobilidade para melhorar a vida da população. Mas a pergunta que não cala é: por que Salvador precisa se endividar constantemente para manter seu ritmo de obras? E mais, onde estão os resultados concretos dos empréstimos anteriores?
A proposta, embora embalada por promessas de desenvolvimento urbano e melhoria na qualidade de vida da população, carece de detalhes sobre prazos, condições dos financiamentos e prioridades claras de aplicação dos recursos.
A gestão Bruno Reis parece viver em um ciclo vicioso onde a dívida pública se torna uma política permanente de governo. A cidade assume financiamentos bilionários, sem que a população veja, de forma clara e proporcional, a transformação prometida. O marketing da “cidade que avança” não pode continuar encobrindo a realidade de uma capital com mobilidade precária, desigualdades gritantes e obras que muitas vezes começam sem conclusão definida.
Não é a primeira vez que a gestão Bruno Reis recorre a empréstimos vultosos. Em mandatos anteriores, financiamentos foram anunciados com promessas de grandes transformações, muitas das quais ainda não foram plenamente entregues ou sequer iniciadas.
Mais grave ainda é a falta de transparência e de diálogo público em torno de um endividamento bilionário que pode comprometer o futuro financeiro da cidade. O pedido de mais de R$ 1 bilhão em novos empréstimos precisa ser mais do que uma mera formalidade aprovada por maioria automática. Exige responsabilidade fiscal, transparência e, sobretudo, compromisso com o interesse público, algo que nem sempre tem sido garantido nas decisões de gestão da capital baiana.

