Jerônimo Rodrigues responsabiliza municípios de Salvador pelo baixo desempenho do estado nos índices de alfabetização
Governador culpa prefeituras por baixa alfabetização na Bahia
Por: Redação
21/07/2025 • 10h30 • Atualizado
A Bahia amarga um dado alarmante: apenas 36% das crianças do 2º ano do ensino fundamental estão alfabetizadas no estado, segundo os números mais recentes do Ministério da Educação (MEC). Isso significa que quase sete em cada dez crianças baianas chegam aos oito anos sem saber ler e escrever adequadamente. O dado é grave por si só, mas a reação do governador Jerônimo Rodrigues (PT) ao ser confrontado com essa realidade talvez seja ainda mais preocupante. Com pior índice de alfabetização do Brasil, governador tenta desviar o foco, e acerta mais no discurso político do que na solução real do problema.
Durante um evento realizado em Salvador, na última segunda-feira (14), na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o governador atribuiu a responsabilidade diretamente as prefeituras de Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, as três maiores cidades do estado, todas administradas por prefeitos do União Brasil, partido adversário do PT. “São os municípios que puxam para baixo”, disse Jerônimo, em tom que mais pareceu um desabafo político do que uma análise técnica da situação.
A fala do governador revela um padrão preocupante, a tentativa de terceirizar responsabilidades e transformar uma tragédia educacional em munição eleitoral. O problema, no entanto, vai além das disputas partidárias. Jerônimo, antes de ocupar o Palácio de Ondina, foi secretário de Educação da Bahia entre 2019 e 2022, ou seja, teve tempo, orçamento e estrutura para iniciar mudanças estruturais que, aparentemente, não surtiram efeito.
Ao focar apenas nos municípios comandados pela oposição, o governador politiza um problema que deveria ser tratado como prioridade de Estado, não de partido e ignora que centenas de municípios baianos sob gestão de prefeitos aliados também enfrentam índices desastrosos. A declaração do governador acontece em meio ao acirramento político com os prefeitos das maiores cidades do estado, em um ano pré-eleitoral que promete embates intensos entre PT e União Brasil pela hegemonia nas urnas municipais.