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Greve dos Professores de Salvador: Secretaria de Educação anuncia extensão do ano letivo até janeiro de 2026

Uma nova assembleia será realizada nesta sexta-feira (18)

Por: Redação

18/07/202509h36

Foto: APLB-Sindicato

A greve dos professores da rede municipal de Salvador, que já dura mais de dois meses, continua afetando o calendário escolar de aproximadamente 131 mil alunos matriculados nas 415 unidades educacionais da cidade. O movimento, que teve início devido ao não pagamento do piso salarial nacional da categoria, se intensificou com a decisão do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que declarou a paralisação ilegal e determinou que as aulas sejam retomadas em até 24 horas. Caso o prazo não seja cumprido, os gestores das escolas podem ser responsabilizados pessoalmente.

Em um documento enviado aos diretores das 35 escolas municipais ainda com aulas suspensas, o Ministério Público da Bahia destacou a urgência do retorno às atividades escolares. A decisão do MP é clara: os gestores devem convocar os professores para a retomada das aulas, encaminhando uma cópia do ato à Promotoria para comprovar o cumprimento da medida. Caso contrário, poderão ser responsabilizados por violação do direito à educação, que é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal.

Em meio ao impasse, o secretário municipal de Educação, Thiago Dantas, anunciou que o calendário letivo será estendido até janeiro de 2026 para garantir que o conteúdo perdido durante a greve seja reposto. A medida, segundo o secretário, visa assegurar que os alunos consigam cumprir o ano letivo de forma completa, apesar da interrupção nas aulas.

A decisão, no entanto, gerou controvérsias. Embora a ampliação do calendário busque compensar as perdas de conteúdo, ela também acirra o clima de tensão entre os professores, que continuam em greve para reivindicar o pagamento do piso salarial. A greve, que já foi declarada ilegal, tem como principal pauta a falta de cumprimento do piso nacional dos professores, conforme estabelecido pela Lei nº 11.738/2008.

A extensão do ano letivo é vista por muitos como uma solução paliativa. O impacto de mais de dois meses de paralisação será difícil de ser revertido apenas com a reposição de aulas, principalmente no que diz respeito à carga emocional e ao cansaço dos profissionais da educação. A insegurança gerada pelo atraso nos pagamentos e a falta de um acordo entre a gestão municipal e os sindicatos de professores também têm prejudicado a construção de um ambiente de diálogo e cooperação.

A Secretaria de Educação de Salvador, por sua vez, tem buscado garantir a conclusão do ano letivo, mas a falta de consenso sobre as condições de trabalho e os direitos da categoria segue sendo um obstáculo para a normalização da situação.

O impasse segue sem resolução definitiva. Uma nova assembleia dos professores está prevista para está sexta-feira (18), quando deve ser discutida a continuidade da greve e as estratégias a serem adotadas a partir de agora. Enquanto isso, os alunos de Salvador continuam à espera de uma solução que permita o retorno às aulas e a retomada do aprendizado interrompido.

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