Geddel Vieira Lima faz acusações contra ACM Neto: o racha dentro do carlismo e os desafios da política baiana
Declarações do ex-ministro podem ter implicações para o futuro político de Neto
Por: Redação
23/07/2025 • 14h23 • Atualizado
O cenário político da Bahia foi agitado recentemente por vídeos publicados por Geddel Vieira Lima, ex-ministro e figura importante do MDB, em seu perfil pessoal, ele faz declarações e acusações públicas contra o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. As críticas de Geddel, que antes foi aliado de Neto, expõem um racha crescente dentro do grupo carlista, a maior força política do estado. No centro do conflito, está a relação entre as duas figuras históricas, agora marcadas por distanciamentos e disputas pelo poder político na Bahia.
Durante muitos anos, Geddel e Neto foram aliados estratégicos dentro do grupo carlista, tradicionalmente dominado pela figura de Antônio Carlos Magalhães (ACM), avô de ACM Neto. Geddel, ex-ministro da Integração Nacional e um dos principais nomes do MDB na Bahia, apoiou fortemente a ascensão política de Neto, especialmente durante sua campanha para a prefeitura de Salvador.
Entretanto, ao longo dos anos, a relação entre os dois se deteriorou. Geddel foi preso em 2017, investigado em esquemas de corrupção, o que afetou gravemente sua imagem pública. Já ACM Neto, que se consolidou como o maior líder político em Salvador e na Bahia nos últimos anos, procurou se distanciar de aliados com imagens desgastadas, incluindo Geddel, especialmente durante seu período como prefeito de Salvador.
Em recentes declarações, Geddel Vieira Lima acusou ACM Neto de traição e incoerência política. Segundo Geddel, Neto tem utilizado a política de maneira egoísta, priorizando sua imagem pessoal em detrimento de um verdadeiro compromisso com os valores históricos do carlismo. O ex-ministro alegou também que o ex-prefeito se afastou de figuras que, no passado, foram essenciais para sua trajetória política, preferindo se cercar de novos aliados em busca de maior apoio eleitoral.
“ACM Neto esqueceu de onde veio. Ele usou o carlismo e, quando alcançou o poder, virou as costas para os que o ajudaram a chegar lá”, afirmou Geddel em suas declarações. Para ele, o comportamento de Neto é uma traição não só a seu próprio legado, mas também a um grupo político que sempre se pautou pela lealdade e pela construção coletiva.
As acusações de Geddel têm gerado repercussão não só dentro do grupo carlista, mas em todo o cenário político baiano. A divisão entre essas duas figuras, que já foram grandes aliados, pode enfraquecer ainda mais o carlismo, que já enfrenta um cenário de fragmentação com a ascensão de novas lideranças políticas no estado.
O ex-governador da Bahia, Paulo Souto, e o próprio ACM Neto, que representa a renovação do legado de seu avô, já passaram por desafios internos no grupo carlista. Agora, com as acusações de Geddel, a política baiana se vê em um momento de incerteza, com questões sobre a continuidade do carlismo como força dominante no estado.
Essas declarações podem ter implicações para o futuro político de Neto, que, mesmo mantendo grande apoio popular em Salvador, agora precisará lidar com a insatisfação de figuras do seu próprio grupo político. Por outro lado, Geddel, que tenta se manter relevante após a prisão e os escândalos de corrupção, busca se reposicionar como uma voz crítica dentro da política baiana.
A fala de Geddel também coloca em xeque o futuro do MDB na Bahia. Embora o partido tenha sido um dos pilares da política baiana nos últimos anos, sua imagem ficou manchada após os escândalos envolvendo Geddel. No entanto, com as críticas ao comportamento de Neto, o ex-ministro tenta se reconectar com um eleitorado mais conservador e distanciado da figura do ex-prefeito.
O embate público entre Geddel Vieira Lima e ACM Neto é mais um capítulo da complexa história da política baiana, marcada por alianças, traições e disputas pelo poder. As acusações de Geddel expõem a fragilidade de uma união que já foi fundamental para o domínio do carlismo na Bahia e geram incertezas sobre os rumos do grupo para as eleições futuras.
Para a política baiana, o grande desafio agora é como essas figuras, que um dia foram aliados, irão gerenciar esse racha e se reposicionar em um cenário cada vez mais competitivo e polarizado. Geddel acusa Neto de traição e incoerência política. As tensões internas no grupo carlista podem enfraquecer sua força política na Bahia.