A empresa Bença Comunicação e Marketing, pertencente a Flávio Costa Maron, primo do ex-prefeito ACM Neto, recebeu até agora R$ 5 milhões da Prefeitura de Salvador em 2025. O pagamento, efetuado de março a julho deste ano, ocorre no valor de R$ 1 milhão por mês, conforme dados do Portal da Transparência.

O contrato, firmado após licitação realizada em março, prevê até R$ 30,9 milhões para serviços de comunicação digital e mídia eletrônica ao longo de 12 meses. Entretanto, o valor estabelecido no orçamento da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 para comunicação digital era de apenas R$ 1 milhão para o ano inteiro.

O contrato firmado com a agência de Maron, que tem uma relação familiar direta com ACM Neto, é 30 vezes superior ao que foi inicialmente previsto na LOA para comunicação digital no município. A diferença entre os R$ 30,9 milhões contratados e os R$ 1 milhão orçados pela Prefeitura tem gerado questionamentos tanto entre especialistas quanto entre a população.

A disparidade entre o valor estipulado na LOA e o montante contratado, que é trinta vezes superior, tem gerado críticas. Especialistas apontam que o contrato, apesar de formal e amparado pela licitação, levanta questões sobre o uso de recursos públicos, dado o vínculo familiar entre Flávio Costa Maron e ACM Neto. A contratação de uma empresa com essa ligação direta com figuras políticas de destaque pode ser interpretada como um possível favorecimento.

Apesar da legalidade do processo de licitação, o histórico político da gestão municipal e o vínculo familiar de Flávio Costa Maron com o ex-prefeito ACM Neto alimentam especulações sobre um possível favorecimento. Observadores apontam que a escolha da Bença Comunicação para um contrato de tamanha magnitude pode ter sido influenciada por relações pessoais e políticas, em vez de critérios técnicos e objetivos.

Em resposta às críticas, a Prefeitura de Salvador divulgou em nota, que a contratação foi feita com base nas necessidades específicas da gestão municipal e que todos os procedimentos foram realizados dentro da legalidade. No entanto, a diferença substancial entre o orçamento aprovado e o valor do contrato gerou preocupação em relação à transparência nas ações da gestão pública.

A situação reacende o debate sobre a transparência nas contratações públicas e a possibilidade de conflito de interesse quando figuras políticas têm vínculos com empresas beneficiadas por contratos de grande porte. O episódio também destaca a importância de transparência nas contratações públicas, especialmente quando envolvem valores elevados e vínculos familiares com figuras políticas de destaque.

A população e a sociedade civil, por meio de movimentos de fiscalização, seguem atentos ao desenrolar do caso, cobrando mais clareza nos processos administrativos. Organizações de controle social e o Ministério Público já estão monitorando o caso, e investigações podem ser iniciadas sobre os critérios de escolha da agência e a execução do contrato.

O episódio coloca novamente em pauta a importância de garantir que os recursos públicos sejam aplicados de maneira eficiente, sem favorecimentos políticos ou familiares.